29 outubro, 2009

33ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

Olha só! Hoje um monte de filme. Ontem tava com preguiça. Continuo com preguiça hoje, mas se não postasse já começaria a esquecer.

Travessia:
João Batista de Andrade / Arteplex
Filme sobre história contemporânea sempre sai com um ponto na frente comigo. Um documentário sobre a Ditadura saiu com vários, mas conseguiu perder durante os 80 minutos de filme.
O diretor estava lá, foi militante durante os anos de chumbo e inclusive ele, junto com outras pessoas da equipe, acabaram levando o Prestes e outros caras fodas para fora do Brasil. Tinha tudo para ser bom, mas é tão amador que irrita um pouco.
Sabe quando a câmera treme durante as entrevistas, o som era ruim e aumentava e diminuia, parecia que nem tinha tido edição. Os entrevistados são figurinhas batidas e não tinham muito mais a acrescentar do que já fizeram em outras oportunidades.
Não sei se foi por causa que vi outros documentários fantásticos como o Utopia e Barbárie, esse teve a proeza de não me agradar.
Infelizmente mesmo com o diretor lá, não tivemos debate.

Nota: 2/5

Rachel:
Simone Bitton / Arteplex
Saí correndo para a outra sala para assistir outro documentário. Esse trata da garota Racher Corrie, americana, que através de um programa de ativista foi para a Faixa de Gaza militar contra os ataques israelenses e foi morta.
Conheço só o básico do assunto e ver as condições dos palestinos é assustadora. É uma guerra ridícula, desigual. Os judeus (sem generalizar) que tanto sofreram fazem exatamente o mesmo com outro povo, é de irritar.
O filme como filme não é nada demais. Santifica a coitada da menina, mas mesmo assim é bacana.

Nota: 3/5

Jogo Duplo:
Johan Grimonprez / Arteplex
Fui correndo para a outra sala denovo para assistir um filme sobre Guerra Fria. Mas na verdade é um filme que faz um paralelo MUITO engraçado da obra do Hitchcock e a política dos Eua e URSS na época.
Sou ridículo em conhecimentos cinematográficos, mas fiquei com muita vontade de conhecer mais o Alfred e até comprei "Os Pássaros" na menina da Augusta que vende filminhos em frente o Espaço Unibanco.
Dei risadas, mas tive que sair um pouco antes do fim para assistir o esperado do dia, o que todo mundo tinha comentado comigo que seria um estouro, um dos melhores filmes do ano, várias críticas boas no festival do Rio, eis...

Independência:
Raya Martin / Arteplex

Uéon, uéon, uéééon.
A fila estava hiper-mega-gigantesca mas eis que aparece o Brunão e salvou minha vida, consegui marotar lá com ele e entrei a tempo de conseguir um bom lugar. Na verdade um bom lugar teria sido fora da sala.
Pensei no mínimo umas 19 vezes em sair antes de acabar. Admito que eu já estava um pouco cansado. Admito que tenho problemas com filmes extremamente 'artísticos'. Esse conta uma história nas Filipinas, é em preto e branco com algumas interferências de cores e se passa 90% em uma floresta.
Meu deus! Que porre! A única cena legal é quando o personagem principal perde seu filho na floresta no meio de uma tempestade. Até me deu uma acordada. Vou até falar o fim para vocês não assistirem: a mãe e o pai morrem e o menino se joga do penhasco e morre. Salvei vocês.
Quando saí perguntei pro Bruno que ele achou, segundo ele foi o melhor filme do ano.

Nota: 2/5 (1 ponto pela cena da tempestade)


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Hoje assisti:

Maré de Areia:
Gustavo Montiel Pages / Arteplex

Meu! Não esperava nada e foi legalzinho. É um filme argentino sobre um pintor, sua ex-mulher, seu filhinho e outros personagens que não interessam TANTO. É bem feito, tem uma fotografia bem bonita e uma história razoável sobre amor e muerte! :D

Nota: 4/5

Bananas!:
Fredrik Gertten / Bombril
Esse eu fui na pegada. Meu, a história de plantadores de bananas contra uma indústria fodida? Legal! É uma história ferrada mesmo, dá uma raiva desgraçada mesmo, neguinho para ganhar dinheiro acaba com a vida de quantos for preciso.
O que me irritou no filme foi o foco dado em um dos advogados. Parece que ele é o herói, o bonzinho, quando na verdade ele só quer grana. Mostra a casa dele, a Ferrari, os charutos.
Quando acabou o diretor levantou e surpreendeu todo mundo. Falamos um pouco com ele, falei esse negócio do advogado, ele concordou, mas me pareceu que ele acha normal o cara querer ganhar uma grana em cima. Claro que acha, ele também fez um filme em cima dos caras e quer grana.

Nota: 3/5


Garimpeiro:
Marc Barrat / Bombril

Fiquei na mesma sala, começou o filme, o cara tomou um tiro e parou. O diretor tava lá e queria se apresentar. Se apresentou, recomeçou o filme, o cara tomou o tiro denovo e continuou.
O filme mostra dois caras chegando de Paris na Guiana Francesa. Um deles nasceu lá e durante o filme descobrimos seu passado. Porra, achei bem legal. Não sabia bulhufas de lá. O amigo do cara que está voltando fica ficcionado pela busca por ouro.
Depois teria um debate, mas todo mundo foi embora! :(


Os Inquilinos:
Sergio Bianchi / HSBC

Ueba! Encontrei a Takai (muah!) e fomos assistir o novo filme do Sergio Bianchi, com roteiro da Beatriz Bracher (muah!). Com toda a vergonha do mundo elogiamos o Sergio Bianchi lá fora enquanto ele e a Takai fumavam. Entramos pro filme, denovo o Contardo Calligaris com a graça da mulher dele sentaram perto de nós! Não quero entrosar, falei pra eles.
O filme é ótimo. Mostra o dia-a-dia de uma família pobre e a reviravolta em suas vidas quando três novos inquilinos violentos se mudam para a casa ao lado. Sabe o que eu fico abismado? Não, óbvio. Então, várias coisas. Como em todos os filmes o Sergio Bianchi consegue fazer uma crítica fodida mostrando apenas o que acontece. Sem exagerar, sem fazer caricaturas, nem nada. A fotografia tá ótima. Os dois atores principais excelentes. E como os diálogos são reais, não é nada forçado, não parece que você está assistindo uma ficção.
No fim, parabenizamos a Beatriz e eu morri de vergonha.

Nota: 5/5

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