24 outubro, 2009

33ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

Hoje começou de verdade a mostra e comecei muito bem. Assisti três filmes, eis:

"Nós Que Ainda Estamos Vivas"
Daniele Cini / Unibanco Arteplex

Fui só, só, somente só, ao Frei Caneca assistir esse filme. Tenho um puta interesse em História Contemporânea e minhas escolhas de filmes a assistir na mostra foram bem baseadas nisso. O tema desse é Ditadura Argentina.

Puta que pariu! Falar que eu chorei mais que um bezerro desmamado é pouco. O filme é fantástico, se passa durante o julgamento de militares argentinos na Itália. Mostra o testemunho de várias mulheres que foram sequestradas e levadas à Escola de Mecânica da Armada (ESMA) onde sofreram torturas, perderam seus filhos, etc.

Dá uma ponta de inveja que nossos torturadores estejam soltos e até indo em livrarias que trabalhamos. Junto aos testemunhos mostram imagens da época e contam histórias ligadas às mães e avós da Praça de Maio. Sério, assistam por favor!

Durante uns 20 minutos a legenda em português sumiu. Tive que usar todo meu sentido aranha pra ouvir em Espanhol, ler a legenda em Inglês e entender. Uma senhorinha foi reclamar e os monitores arrumaram. Primeira falha da mostra, sem contar o fato de não servir nada na abertura.

Nota: 5/5

"Perseguindo Che"
Alizera Rofougaran / CCSP

Saí correndo do Frei Caneca e cheguei uns 10 minutos atrasados para ver esse filme e encontrar minha amiga Marina. Talvez eu nem devesse ter chego tamanha a fanfarronice que foi. Fujam desse filme. Gastem seu tempo vendo outras coisas sobre o cara incrível que foi Ernesto Guevara. Inclusive o do Benicio del Toro que está fantástico. Ou aquele box chamado "Memórias Cubanas" que é ótimo.

Para vocês terem noção o filme começa com Alizera, diretor, falando aonde estudou, como era a vida (burguesa) dele e que ele leu um livro sobre o Che e ficou fascinado e que o exemplo do guerrilheiro ajudou ele em muitas coisas como por exemplo: falar com mulheres e enfrentar seus medos (eis que mostra ele pulando de paraquedas). Depois fala que ele, como o Che, eram de gêmeos (o que depois vemos que não é verdade).

A chamada me parecia ótima "Iraniano segue passos de Che e muda a sua visão sobre a realidade de seu país". Não é?

Bom, mostra o fanfarrão somente na América do Sul. Uma entrevista em Cuba que não pôde ser filmada e nem cita o fracasso que foi a tentativa de guerrilha no Congo. Consegue entrar em contato com pessoas incríveis como seus amigos Granado e Calica. Chega perto de sua filha, mas não a entrevista, fala com guerrilheiros mas nada de interessante.

É um road-movie, mostra a viagem de um burguês iraniano com hobbie em Che pela América Latina.

Nota: 1/5


"Terras"
Maya Da-Rin / Espaço Unibanco

Fui ainda com a Marina ver no HSBC o "Daniel e Ana" às 17h40. Chegamos correndo e suando pro filme dar problema e o cara da mostra falar que não tinha previsão para arrumar, mas que o técnico estava a caminho. Enrolamos um pouco até que ele voltou e falou que teria que trocar o equipamento. Trocamos nossos ingressos e, consultando a bendita programação, fomos ver "Terras" no Espaço Unibanco às 19h com uma amiga que conhecemos lá.

O filme é um documentário sobre o dia-a-dia na fronteira do Brasil, Colombia e Peru. Ficamos bem felizes pois superou a nossa pequena expectativa. O filme tem 80% de imagens e sons e apenas uns 20% de entrevistas e conversas, mesmo assim, as imagens e os sons conseguem dizer muita coisa. A direção e os responsáveis da fotografia foram muito competentes com o projeto. Uma das entrevistadas, que me falaram mas eu esqueci o nome, dá um show a parte sobre a influência da cultura branca nos povos indígenas.

Depois teve um rápido debate com a graciosa diretora do filme e fomos embora. Acabamos passando no teatro coletivo e assistimos por acaso um show da Andreia Dias de graça. Eu não conhecia e gostei!

Nota: 4/5

Agora só segunda, fim-de-semana vai estar muito cheio.

Um comentário:

Anônimo disse...

é um crítico nato
Vamos fazer filmes daniel?
gosto do jeito ingenuíno que você escreve..

Tomara que queimem o perseguindo che e precisamos ver juntos utopia e bárbarie
o melhor da mostra foi ter te reencontrado depois de tão pouco tempo no Brasil
mar.rima